Haverá nas imagens um trânsito do tempo, um passado futuro que as atravessa e que devemos deixar falar. Para isso não precisamos necessariamente de recusar o excesso de e das imagens, mas de tentar encontrar aí singularidades que possam ser convocadas como um oráculo, como um feiticeiro a quem perguntamos pelo desconhecido, pelo que não sabemos ou julgamos não saber. Artigo →
Etiqueta: Ensaio
…, magia, ritual, techné, subjetividade
O ritual é uma tecnologia. Juntamente com as nossas máquinas, artefactos, e outros processos, é parte do technium. Se na Grécia clássica, techné se referia à aplicação prática de conhecimento num qualquer domínio, a como regras, sistemas ou métodos são usados para fazer, um entendimento contemporâneo aponta para uma visão mais estreita, para modos disciplinados de trabalho, com critérios de sucesso bem definidos e com normas operativas. Artigo →
Tecno-êxtases. Visões desde o invisível
A humanidade é hoje o objecto, e não o sujeito, de uma metamorfose que transcende as suas qualidades biológicas e sociais. Estamos a viver uma nova condição em que a tecnologia se torna tecno-mágica, ou seja, uma máquina cosmomórfica de ritos e mitos que geram um novo sujeito tecno-extático. Artigo →
Sonho e yãkoana: hipóteses para pensar o cinema como travessia de mundos [Parte II]
O xamã e o cinema são abordados como gestos de travessia de mundos, em articulação com as noções de ciné-transe, instante quase religioso de possessão, no qual o cineasta se torna “cavalo do espírito” do cinema, e de cinematógrafo cósmico. Artigo →
Sonho e yãkoana: hipóteses para pensar o cinema como travessia de mundos [Parte I]
O texto questiona as relações entre visões xamânicas provocadas pela ingestão ritual de plantas alucinógenas, o sonho e a experiência cinematográfica, começando por abordar a dimensão mágica da imagem e o chamado “cinema da floresta”. Artigo →
O Olho e a Máquina
Cerzir transpensamento com o “centro em movimento” durante o confinamento
Este artigo é uma primeira aproximação à organização dos textos escritos a partir dos encontros online Transpensar, realizados durante os confinamentos de 2020. Proponho, aqui, relacionar os encontros com o livro Da Miséria Simbólica I. A era hiperindustrial de Bernard Stiegler (2018). Artigo →
Da disrupção à contribuição: o pensamento espiral de Bernard Stiegler
Ao percorrer várias obras de Bernard Stiegler, este artigo apresenta uma reflexão crítica sobre a técnica na contemporaneidade, desenvolvendo a noção de espiral como conceito principal. Artigo →
Suspender o fluxo de imagens
A publicidade que apela ao medo
Palavra, Poder, Metáfora e Medo: Mapeamento dos momentos discursivos presidenciais no intervalo pandémico
Influência pela confiança
Uma reflexão sobre os conceitos de credibilidade e de líder comunitário aplicados à realidade dos influenciadores digitais, com a apresentação de termos complementares, como reputação e visibilidade, de modo a iniciar uma análise sobre a sua aplicação na construção da relevância e da notoriedade. Artigo →
Objetos inúteis, recriados e trocados
O peso da sátira no desperdício da obra feita
Há lugar ao desperdício na paisagem urbana? Sim. E um pensamento ecológico, que leva a uma ação. Edgar Pêra despe as obras nacionais do seu narcisismo original, emoldurando-os na voz de Nel Monteiro, em “Arquitetura de Peso”. Artigo →
O que se perdeu poderá ser encontrado? Notas sobre a fotografia e o espanto
Os objetos dos “propósitos” como técnicas da crença evangélica em Portugal: “Quando os objetos que emanam do terreno transformam a investigação”
Este artigo analisa a maneira como os objetos encontrados no terreno de investigação transformam o percurso e a prática de pesquisa etnográfica. Para tal, restituímos o percurso de um trabalho de campo realizado em três igrejas evangélicas neopentecostais brasileiras instaladas em Lisboa. Artigo →
Superfícies reencantadas: análise prático-teórica da curta-metragem “Há Uma Profeta nas Olaias, tenham cuidado!”
Vadiar, Colecionar, Arquivar e o Cultivo da Memória para os Xakriabá: A Prática da ‘Pintura de Tôa’
Ensaio acerca da prática singular de colecionar “objetos” aparentes no território, registrar e arquivar tais achados como um modo singular de investigar a existência das coisas, de renovar a memória e os saberes tradicionais cultivados pela etnia indígena Xakriabá. Artigo →
Mortinha: estratégias de observação e negociação de sentido
Articulando o conceito de fetiche-em-display (Walter Benjamin), o presente ensaio faz algumas considerações sobre o trabalho instalativo Mortinha (2019), realizado pela autora. A repetição do reencontro com uma sereia nadando em um copo d’água e seu feitiço sob o espectador. Artigo →
Entre genes e bits: a digitalização da carne e os usos da vida
Dead links? No, thanks.
A Cultura Cosmopolita não é Fragmentária, mas os Estados-Nação Fragmentam Culturas
Partindo do pressuposto liberal de que a autonomia é fundamental, uma análise do multiculturalismo cosmopolita permite-nos concluir que direitos etno-culturais não são distintos do direito à liberdade religiosa, tendo como consequência que a realização da ideia romântica do Estado-nação é reprovável. Artigo →
O Fragmento e a Alegoria como aportes teóricos: guias de concepção do pensamento crítico de Jean Baudrillard
O fragmento está inteiramente presente na construção do pensamento anárquico-crítico do filósofo francês Jean Baudrillard. Sua escrita fragmentária é antídoto ao fomento de ideologias hegemônicas e manipuladoras, presentes nos media. Pela estética fotográfica, Baudrillard vislumbra imagens fragmentárias para desmontar o sistema que oculta valores, verdades e intencionalidades. Artigo →
Do Fragmento
Considerações sobre Baudelaire e a subjectividade moderna
A Autonomia do Fragmento no Desenho
O presente ensaio propõe-se pensar o fragmento no contexto do desenho, procurando inscrever a questão no âmbito do debate imagético. Apoiado numa análise de obras selecionadas, argumenta-se que, a partir do final do séc. XIX, o fragmento passa a ser utilizado de forma ativa e autossuficiente. Artigo →
O Precário Absoluto
A reflexão romântica sobre o fragmento transformou as noções de obra e de autor, pensando pela primeira vez a leitura como questão. A ideia de fragmento como devir mantém-se presente na teoria contemporânea e afecta inúmeras práticas artísticas modernas. Artigo →
O Fragmento como Fratura
O Fragmento como Fratura é um pequeno artigo que procura pensar o fragmento como uma fratura involuntária (uma perspetiva dialética e histórica) e como uma fratura voluntária (presente, em especial, no pensamento romântico alemão). Artigo →
Produção Multimídia e Software Livre: das redes distribuídas à estética da multidão
O texto intenta uma análise sobre as novas formas de compartilhamento de bens culturais viabilizados com a Internet, ao mesmo tempo que se dedica à elaboração teórica sobre a diferenciação ontológica de objetos digitais, considerando um novo fenômeno de consumo e circulação de bens culturais rumo ao que poderíamos chamar de estética da multidão. Artigo →
Networked Conversations as Activism
O cuidar dos não humanos: indignações reticulares diante da misoginia in-game em Red Dead Redemption 2
A ideia de jogar videogame sempre se mostrou vinculada ao imaginário coletivo sob noções parciais da ordem do mero lazer, bem como de uma ineficácia actancial dentro da vida cotidiana, ou do mundo social-histórico, em detrimento de linguagens midiáticas “mais sérias”. Artigo →
Novos média e novas formas de acção na arte
Decorrendo do modo como a arte dos novos média se instala no espaço físico e virtual na forma de acção, performance, movimento e acontecimento, este artigo propõe uma análise da mesma em relação ao activismo.
Revisitam-se o artivismo e os conceitos de recepção, obra aberta e experiência estética e propõe-se que as artes tecnológicas formam um espectador activo e instalam novos quadros de acção, interacção e participação. Artigo →
Das escolas ocupadas às sextas-feiras sem aula: estudantes do liceu e a potência destituinte como experiência de um sentir em comum
Net-ativismo no Brasil: Análise do Movimento #MariellePresente
O ensaio investiga a constituição do movimento que surgiu após o assassinato da vereadora Marielle Franco no Brasil como ação net-ativista. #MariellePresente é um exemplo de movimento de reinvindicação que nasceu na web e chegou aos espaços físicos. O propósito é mapear a conversação em rede que se estabeleceu a partir da mobilização dos internautas na rede social Twitter. Artigo →
O Trabalho de Actor no Teatro da Cornucópia nos Ensaios de Reposição de Hamlet
Elogio do Desconhecido
Os Equívocos do Efémero nas Artes Performativas
Neste ensaio, referindo registos e materialidades várias que constituem a entidade processual do evento performativo, problematizam-se alguns possíveis equívocos referentes ao efémero. Artigo →
Movimentos Imaginados, Corpos em Trânsito
Apreender as «mudanças do universo», com movimentos imaginados, com operações da imaginação, evoluir no espaço e no tempo, é o que faz a dança de Yvonne Rainer com o corpo e com as «obsessões da imaginação». Artigo →
O Desconhecido é tão Importante quanto o Conhecido: Fluxos no «Sopro» de Sofia Neuparth
Este ensaio acompanhou a dança Sopro em Lisboa e Castelo Branco (2017), e em Sines (2018). É um rasto de uma convivência iniciada em 2010 com o trabalho de Sofia Neuparth, lá onde ele é exercício diário de corpo-palavra, no c.e.m. Artigo →
Let’s Walk around Here and Call it «Study»
À Borda d’Água: Uma Reflexão sobre Ecologia e Relações Sociais, Envolvendo uma Prática de Curadoria
Hortas e Ambiências Holísticas
Cultivar Hortas em Meio Urbano: De uma Prática Alimentar a uma Posição Ético-Política
A actual criação de hortas urbanas espontâneas sai da esfera do quotidiano e do âmbito privado se a lermos como uma tomada de posição ecológica e, necessariamente, política que propõe outros modos de fazer e de viver em comunidade. Artigo →
O Atelier Verde (no IC 19)
ecovisões em cenário worldwidewebiano
Mapa de uma Paisagem Comestível
Em Marvila, as hortas são um vestígio de ruralidade resgatada ao tempo e ao espaço da cidade. Através da análise de uma pintura, pretende-se refletir sobre o modo como um cidadão anónimo, com uma horta clandestina, transforma a paisagem urbana. Artigo →
A mais Excellente Orta que no Mundo se Posa Achar
Para o comum cidadão, hortas são couves; para um industrial da Póvoa, são estufas, mercados e tecnologias; para um activista, são uma arena para a participação cidadã e para a luta contra o capitalismo. Sabe-se que estão na moda. O que serão ao certo? Artigo →
Entre a Escrita e o Audiovisual: Uma Aproximação a partir da Estética dos Media
O que aconteceu de mais relevante entre a escrita e o audiovisual, na cultura dos últimos cem anos, foi o cinema. É claro para todos. Ainda não completamente claro é o significado desse lugar entre duas dimensões, porventura duas idades culturais, de enorme importância, uma das quais apenas iniciada ainda. Artigo →
A Imagem Especulativa
No decorrer deste ensaio, e enquanto sintoma do desaparecimento de uma ontologia estável da imagem, pretende-se examinar a hipótese de uma transdução da percepção visual num novo regime da imagem e da visão sintética. Procuraremos igualmente estabelecer a rede conceptual que nos permita desenvolver uma síntese da noção de imagem especulativa num enquadramento teórico que se vem designando como pós-media, designadamente no contexto neocibernético. Artigo →
«Desktop Cinema»: Kevin B. Lee e a Política do Ensaio Audiovisual Digital
Kevin B. Lee é um dos autores de ensaios audiovisuais digitais mais populares, mais ativos e mais criativos da atualidade. O trabalho de Lee exemplifica várias características definidoras desta prática como, por exemplo, um interesse pelo cinema que prolonga e investiga as próprias experiências do autor enquanto espectador; o uso de ferramentas de montagem digital que sublinha a natureza processual do ensaio e a inexistência de métodos pré-determinados para a sua prática; os seus modos de produção e de recepção colaborativos e dialógicos; a produção de textos escritos que acompanha a publicação dos ensaios; a combinação de elementos audiovisuais e textuais nos próprios vídeos; e finalmente, o uso do ensaio num contexto pedagógico (Lee já usou o ensaio quer como aluno, quer como professor)1. Artigo →