SYRINX (solo)

“Syrinx” é uma peça escultórica e sonora que consiste numa bolsa de ar e numa série de 14 drones construídos a partir de objectos do quotidiano e de materiais respigados, transformados num instrumento musical inspirado no órgão vocal dos pássaros (syrinx em inglês). Na sua vertente performativa, corpo e objecto condicionam-se mutuamente. A manipulação do objecto pela intérprete, através da combinação do toque subtil ao amassar, ou percutir a bolsa, acciona uma variedade de texturas e timbres que vão acrescentando camadas de profundidade, tensão e caos à composição. Assim como, a força da variação da pressão do ar com a tensão da bolsa de plástico obrigam a intérprete a uma improvisação de movimentos e posições de esforço, numa “luta” constante entre intérprete e plástico, até eventualmente, e de uma forma aparente, mesclarem-se num só corpo. “Syrinx” envolve-se, assim, numa relação entre sujeito, objecto, movimento, som e o potencial ilimitado da re-apropriação de materiais do quotidiano em instrumentos sonoros e de expressão criativa. Em diversas variações do seu formato, “Syrinx” foi apresentada pela primeira vez em Essen e depois no Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves (Porto), em 2022, em colaboração com a coreógrafa Luísa Saraiva para a peça “Tirana”. Passou também pelo TBA (Lisboa) e no Radialsystem, em Berlim (2023). No formato a solo, estreou no “Night Magic” curado por Gabriel Ferrandini, na Galeria Zé dos Bois em Lisboa (2023).

Título: SYRINX (solo)
Autoria e interpretação: Inês Tartaruga Água
Duração:18’32”
Ano: 2023
Imagem: Xavier Paes
fotografias de Vera Marmelo.