Obsolescência Programada, ou a Morte Induzida dos Objectos Técnicos

«Prefiro as máquinas que servem para não funcionar; quando cheias de areia, de formigas e musgo – elas podem um dia milagrar de flores.

(os objectos sem função têm muito apego pelo abandono.)

Também as latrinas desprezadas que servem para ter grilos dentro – elas podem um dia milagrar violetas.

(Eu sou beato em violetas.)

Todas as coisas apropriadas ao abandono me religam a Deus.
Senhor, eu tenho orgulho do imprestável!

(O abandono me protege.)»
Manoel de Barros, Livro sobre Nada

1.

O abandono já não nos protege. A poética da obsolescência que Manoel de Barros contempla dirige-se em sentido contrário à tendência moderna de que os objectos técnicos não resistem ao progresso ilimitado. A todo o momento tornam-se antiquados, desactualizados, inoperacionais, exigindo a sua substituição por outros mais sofisticados. Na lógica da actualização e da eliminação constante do velho como luta contra a tradição e como premissa para a civilização, pressupõe-se que os objectos técnicos (também) têm uma vida que a certo ponto deve terminar; e, nesse momento, sendo imprestáveis, já nada deles pode milagrar, implicando o abandono que lhes é ditado pelo seu suposto apagamento do mundo, pois, a não ser à poesia ou aos coleccionadores, já não podem servir a ninguém.

A questão da técnica sempre foi a de uma procura contra a finitude. Em primeiro lugar, na criação e no domínio de ferramentas e de processos para controlar a natureza, foi a própria finitude do homem, através da sua capacidade para criar extensões, resistir e, assim, evoluir, que esteve em causa. Mas, em segundo lugar, também se terá tratado sempre de contrariar a finitude dos objectos: o trabalho no aperfeiçoamento dos utensílios e das ferramentas procurou objectos cada vez mais duráveis e resistentes, mais adaptáveis a diversos tipos de funções e mais sinérgicos nos seus objectivos.

Esta relação primária entre a técnica e a finitude dos objectos é, no entanto, abalada no início do século XX com o desenvolvimento da produção em massa do modelo industrial. Com o desenvolvimento de um ritmo técnico incomensuravelmente superior ao ritmo humano (e ao próprio ritmo dos objectos), o paradigma do consumo, sustentado pela circulação e pela renovação das mercadorias, estranha um modelo de produção em que os objectos se mantenham indefinidamente funcionáveis e actualizados. O sistema capitalista alimenta-se na medida em que novos objectos surgem para substituir aqueles que, independentemente das suas possibilidades de longevidade, perdem constantemente a qualidade de novidade e que, assim, morrem. Perante as necessidades do capital e de um sistema em que o modo de existência dos objectos se define pelo seu valor de troca, a finitude ou a obsolescência dos objectos já não resultam de causas naturais; antes passam a ser deliberadas e tema de planeamento. A viragem acontece quando o investimento científico e económico passa do prolongamento da vida dos objectos para a limitação do seu tempo de vida.

Os primeiros sintomas desta viragem surgem nas duas primeiras décadas do século XX nos Estados Unidos da América nas campanhas de substituição de utensílios domésticos, de que é exemplo a troca de panelas de aço por panelas de ferro (Slade, 2007: 4) ou nas anuais campanhas de restyling da aparência dos veículos promovidas pela General Motors (ibid.), em concorrência com o modelo Ford T que apostava na resistência.

1000 carroçarias montadas, Fábrica da Ford, Highland Park Ford Plant, Detroit, Estados Unidos da América, década de 10 do século XX. Fonte: Ford Motor Company Heritage – History and Innovation (http://corporate.ford.com/our-company/heritage)

1000 carroçarias montadas, Fábrica da Ford, Highland Park Ford Plant, Detroit, Estados Unidos da América, década de 10 do século XX. Fonte: Ford Motor Company Heritage.

Depois do crash bolsista de 1929 – e aparentemente sem ponderar a relação entre esta prática e as causas desse colapso financeiro – a obsolescência planeada transforma-se num programa declarado, avançado em 1932, por Bernard London num panfleto com um título explítico «Ending the Depression Through Planned Obsolescence». Como resposta à crise da Grande Depressão, London entendia que a solução para incrementar a produção e reduzir o armazenamento de stocks era criar uma «lei da obsolescência» que determinaria o tempo de existência dos objectos e os declararia como ilegais depois de o seu «prazo de validade» expirar, implicando assim a sua destruição. A par do radicalismo destruidor em relação aos objectos, o panfleto de London denota a forma como a técnica, no seu modelo industrial, entra numa fase de condicionamento político e económico que determina promiscuamente o modo de existência dos objectos em condições que são cada vez menos inerentes à sua natureza técnica, seja em relação às suas capacidades de funcionamento, seja em relação às suas capacidades de durabilidade.

Este ponto de partida avançado por London ramificar-se-ia em vários tipos de obsolescência planeada ao longo do século XX que, menos radicais e declarados, se interiorizaram no cerne da produção industrial e nas lógicas de consumo. De forma genérica, podem-se considerar vários tipos de obsolescência. A obsolescência de estilo, essencialmente dependente das alterações de design do produto (sem que implique verdadeiramente uma alteração das suas funcionalidades) e de estratégias de marketing. A obsolescência funcional, assente na utilização de materiais inferiores ou menos resistentes e de condições de funcionamento limitadas — as aplicações deste tipo estendem-se desde alguns tipos de electrodomésticos, a lâmpadas eléctricas1, a materiais têxteis, ou a objectos que dependam de baterias recarregáveis como telemóveis. A obsolescência por incompatibilidade nos casos em que o surgimento de novos componentes ou a actualização de software incompatibilizam a utilização dos dispositivos ou dos programas anteriores. A obsolescência sistémica, a mais sofisticada e aquela que melhor representa a viragem do investimento na durabilidade para a limitação, baseia-se na alteração deliberada dos sistemas de funcionamento dos objectos com vista ao seu fim programado. O que se procura nesta modalidade já não é apenas conceber baterias menos duráveis ou sistemas mais falíveis; trata-se de introduzir componentes nos objectos que, em função da durabilidade pretendida pelo mercado, determinam o momento em que a ferramenta ou o aparelho deixam de funcionar. Trata-se portanto de dispositivos dentro do próprio dispositivo para abortar o sistema, para o autodestruir quando este ainda teria todas as condições para continuar a funcionar. Extremando, já não se trata de uma morte natural mas de um suicídio induzido. Encontramos exemplos paradigmáticos nas impressoras programadas para fazerem apenas um número limitado de impressões ou nos iPods das primeiras gerações cuja bateria tinha um contador de horas que bloqueava o dispositivo após o número-limite ter sido atingido. Este tipo de obsolescência, também designada como programada ou mesmo como automatizada, é, pela sua sofisticação e eficiência, aquela que, paradoxalmente pelo seu carácter autodestruidor, opera num grau tecnológico mais avançado. Abrindo uma perspectiva evolutiva da obsolescência planeada pelo mercado, a obsolescência sistémica ou programada parece ser aquela que concretiza o estado perfeito de controlo pré-determinado do terminus do objecto — para que, então, seja substituído e garanta a perpetuação das vendas.

Todas as outras formas de obsolescência planeada consistiram em estados imperfeitos de controlo sobre o objecto. Nesta fase já não é a estética nem a inferioridade dos materiais ou dos sistemas que determina o fim do objecto; já não seria necessária uma «lei da obsolescência», como aquela proposta por London; neste estádio, é o próprio objecto que se vê obrigado a determinar o seu fim.

2.

Encarar os objectos técnicos à luz deste tipo de lógica autodestrutiva implica tanto negar-lhes um valor de existência enquanto objectos, como reduzi-los à sua condição utilitária e funcional. Contra uma certa incompreensão civilizacional em relação aos objectos técnicos, em grande parte resultante da artificialidade que lhes é imposta pela sua qualidade técnica e por serem produto da criação humana, é possível um outro olhar que os emancipe e que lhes reconheça um modo ou uma significação de existência: uma significação que se sustenta na forma primordial como constituem uma mediação entre o homem e a natureza. O pensamento de Gilbert Simondon foi dos mais importantes a realçar este aspecto. A premissa que marca o raciocínio da sua célebre «Entrevista sobre a Mecanologia» de 1968 é a de que natureza dos objectos técnicos se constitui por serem intermediários de uma relação entre o corpo do operador e as coisas sobre as quais ele trabalha, determinando assim também a forma como o homem trabalha com a natureza e se insere no mundo, transformando-o e apropriando-o, constituindo-se enquanto ser humano. Tomar consciência do valor dos objectos é também tomar consciência do valor humano. E, a partir desta assunção, perde sentido a oposição entre técnica e homem, entre máquina e humano2, sendo possível reconhecer uma realidade humana nos objectos técnicos visto eles próprios serem constituintes da natureza humana. Ora, impor aos objectos técnicos o carácter autodestrutivo da obsolescência programada, negando-lhes o valor de existência e condenando-os a um tipo de escravatura e xenofobia tecnocráticas, é não apenas reforçar a resistente inconciliação entre (a ameaçadora estrangeira) técnica e o homem como perturbar e corromper a possibilidade dessa mediação entre o homem e o mundo através dos objectos técnicos. Gilbert Simondon coloca, justamente, nas premissas para uma mecanologia a necessidade de perceber os objectos como instâncias que contêm uma realidade humana e um potencial poético indispensável a uma relação produtiva entre o homem e o manuseamento dos meios com que trabalha o mundo. Para Simondon, a obsolescência planeada é uma perigosa refutação destes princípios:

«Par ailleurs, on pourrait trouver aussi, par une plongée dans le temps, le pouvoir poétique de ce qui a été extrêmement parfait et qui, un jour ou l’autre, est déjà peut-être détruit, par le cours d’une évolution, qui est extrêmement et très dramatiquement négatrice, ce qui a été pourtant un jour une nouveauté; voyez les locomotives à vapeur, voyez les grands navires, que l’on met de côté parce qu’ils sont désuets. Ce que l’on appelle l’obsolescence, c’est une réalite économique mais, à côté de l’obsolescence économique, il y a une espèce de montée poétique qui n’a pas été, je crois, tout à fait suffisamment mise en valeur. Nous manquons de poétes techniques.» (Simondon, 1968: 112)

Ao transformar-se em realidade económica, a obosolescência nega o potencial poético dos objectos e conduz a uma evolução tecnológica negativa. Além de estar em causa uma violação do princípio da não autodestruição dos objectos técnicos como critério da sua viabilidade, tal como nos seres vivos, esta evolução negativa dirige-se para um estádio tecnológico em que a técnica e as máquinas se desenvolvem segundo os princípios da automação: máquinas automatizadas para se destruirem, com as suas capacidades de adaptação e de integração cada vez mais reduzidas. Para Simodon, também a automação é uma categoria económica:

«L’automatisme, et son utilisation sous forme d’organisation industrielle que l’on nomme automation, possède une signification économique ou sociale plus qu’une signification technique. Le véritable perfectionnement des machines, celui dont on peut dire qui’il élève le degré de technicité, correspond non pas à un accroissement de l’automatisme, mais au contraire au fait que le fonctionnement d’une machine recèle une certaine marge d’indétermination.» (Simondon, 1958: 12)

A possibilidade de reagir à informação exterior — esse tipo de sensibilidade — está na base de um nível de tecnicidade mais elevado em que, de acordo com Simondon, os objectos técnicos se concretizariam verdadeiramente, através de várias fases de evolução.

Concretização do tubo electrónico.

Concretização do tubo electrónico. Fonte: Gilbert Simondon (1958) Du mode d’existence des objets techniques. Paris: Aubier, 1989, p. 7.

Na primeira fase, os objectos técnicos como elementos sólidos, estáveis, indivisíveis e unificados que, portanto, resistam e não se autodestruam para funcionar e servir como intermediários entre o homem e o mundo; na segunda fase, os objectos técnicos como indivíduos com uma margem de contingência e com uma existência dicotómica, capazes de transduções, variações e adaptações constantes numa permeabilidade em relação às condições externas, tal como os próprios seres vivos; por fim, na última fase, os objectos técnicos a amplificarem-se em ensembles que permitam infinitas assemblages através da integração possível com todos os outros objectos técnicos, não para constituir uma máquina de todas as máquinas, mas um conjunto de máquinas interligadas em permanente individuação. A integração final dá-se não só entre objectos mas com o próprio homem, aquele que passa não a dominá-los como escravos mas a dirigi-los — interpretando a própria dinâmica técnica dos objectos — como um maestro a sua orquestra. (ibid.) Constituir-se-ia, nesta fase, a verdadeira rede ou um tipo de existência reticular da realidade e dos objectos que lhes emanciparia o seu carácter técnico e estético3. O caminho para esta concretização perfeita da articulação reticular entre homem, natureza e objectos técnicos potenciaria a evolução da técnica para um estádio em que esta já não se constitui apenas pelas suas aplicações mas é capaz de, metatecnicamente, extrair dessas aplicações as condições para um aperfeiçoamento constante e não formatador para os fins técnicos e para o próprio homem.

Da fase estável dos elementos até à fase amplificada dos ensembles, os objectos técnicos são aqui entendidos como instâncias abertas e contingentes, nunca definitivamente determinadas, mas em constante individuação. Conceber séries de objectos que são condicionados na sua existência por factores não técnicos ou que são automatizados para se destruirem é boicotar esta potencialidade da tecnicidade que, por natureza, nega o resultado em detrimento do progresso adaptativo. A lógica da obsolescência planeada é — ainda que reificada como uma categoria económica e não técnica — uma estratégia que coage a possibilidade de evolução da técnica para fases superiores, na medida em que constrange a individuação e a integração dos objectos técnicos.

3.

A forma como Simondon aborda o problema da obsolescência é um exemplo da especificidade da mecanologia enquanto esfera epistemológica que coloca a pergunta pela técnica, em relação à cultura, à luz de critérios e de saberes essencialmente técnicos. Esta perspectiva torna-se mais clara se a confrontarmos com a de um autor como Walter Benjamin, que também se debruçou sobre o problema da obsolescência e denunciou o carácter mercantil que foi imposto aos objectos. Em Benjamin, a técnica, depois do elemento utópico que está na sua origem, revela um elemento cínico determinado pela mercantilização. Apenas o coleccionador que compila e se interessa pelos objectos já obsoletos, e que desenvolve uma relação com o objecto que não enfatiza o seu valor funcional e utilitário mas antes a sua inutilidade (Benjamin, 1973: 62), pode libertar as formas do seu valor de uso e de mercadoria; apenas o coleccionador, numa atitude que em grande medida é estética, pode, através da obsolescência, libertar as formas do fetichismo utilitarista e promover um retorno ao elemento utópico4.

Mas esta abordagem de Walter Benjamin não resolve o problema da obsolescência a partir de uma perspectiva técnica. Antes parece dar um outro significado a essa obsolescência através de uma procura estética, tal como no poema de Manoel de Barros. Ainda que ambos se oponham a um entendimento que reduz os objectos a meras instâncias de uso e de troca, não oferecem uma resposta técnica para um problema que, apesar de ter sido transformado em categoria económica, tem uma natureza técnica. É na resposta de Simondon — na crítica que faz à lógica do automatismo e na defesa de uma nova consideração sobre o valor civilizacional dos objectos técnicos — que podemos atestar os princípios de uma ciência cujo princípio se baseia no aprofundamento do conhecimento e da consciência sobre a técnica para dar resposta aos problemas da própria técnica.

A mecanologia ganha então uma urgência cultural num momento evidente em que uma civilização se torna altamente técnica, sem ter verdadeira consciência da técnica que aplica e que, perante isso, cria categorias falaciosas para mascarar o «atraso da cultura sobre a realidade» (Simondon, 1968: 109). É, segundo Simondon, nessa falta de conhecimento da técnica, e não na própria técnica, que tem origem a causa de alienação mais forte do mundo contemporâneo (Simondon, 1958: 10).

Haveria ainda de se poder retirar algum ensinamento das máquinas que Adolfo Bioy Casares ilustra no romance A Invenção de Morel, máquinas que se tornaram obsoletas não por terem deixado de funcionar mas por apenas servirem à repetição contínua de uma memória localizada no passado – uma realidade incapaz de gerar lucro ou de motivar o progresso pelo progresso.

Bibliografia

Benjamin, Walter. «Paris, the Capital of the Nineteenth Century» (Exposé of 1935), in The Arcades Project (trad. H. Eiland and K. McLaughlin). Cambridge (Mass.) e Londres: Harvard University Press, 2002.
Benjamin, Walter. «Unpacking My Library», in Illuminations (trad. Harry Zohn). Londres: Fontana, 1973.
Buck-Morss, Susan. The Dialectics of Seeing: Walter Benjamin and the Arcades Project. Cambridge (Mass.): The MIT Press.
London, Bernard [1932]. «Ending the Depression Through Planned Obsolescence», consultado em Julho de 2013.
Manning, Erin. Always More Than One: Individuation’s Dance. Durham e Londres: Duke University Press, 2013.
Simondon, Gilbert [1968]. «Entretien sur la Mécanologie», Revue de Synthèse: tome 130, 6ª série, nº 1, 2009, pp. 103-132.
Simondon, Gilbert [1958] Du mode d’existence des objets techniques. Paris: Aubier, 1989
Simondon, Gilbert [1964] L’Individu et sa génese physico-biologique. Grenoble: Éditions Jérôme Million, 1995, pp. 30-31.
Slade, Giles, Made to Break: Technology and Obsolescence in America. Cambridge (Mass.) e Londres: Harward University Press, 2007.

Notas

1 No documentário de 2010 «Prêt à Jeter ou l’Obsolescence Programée», da autoria de Cosima Dannoritzer, encontramos vários exemplos de importância histórica sobre a evolução da obsolescência planeada. Sobre o caso das lâmpadas, um dos casos mais significativos, o documentário conta como nos anos 20 do século XX, o cartel General Electric conseguiu instituir uma duração máxima para as lâmpadas eléctricas de mil horas. Para esssa redução, foi necessária investigação científica, dado que as lâmpadas produzidas na altura estavam a evoluir para uma duração quase infinita. O documentário reforça este exemplo ao mostrar uma lâmpada centenária, ainda a funcionar, num quartel de bombeiros nos Estados Unidos da América. No mesmo documentário, conta-se o caso dos primeiros collants de nylon ultra-resistentes fabricados nos anos 40 que foram retirados do mercado para serem substituídos por outros menos resistentes.
2 A filosofia da técnica de Gilbert Simondon insiste a todo o momento em negar esta oposição entre homem e máquina, vendo nela uma das causas do deficiente conhecimento que a civilização contemporânea tem da técnica e da dificuldade que tem em se conciliar com ela. A considerar uma oposição à máquina, Simondon estabelece-a não com o homem mas com a morte do universo: «La machine est ce par quoi l’homme s’oppose à la mort de l’univers; elle ralentit, comme la vie, la dégradation de l’énergie, et devient stabilisatrice du monde». (Simondon, 1958: 19)
3 «Il fait que toute réalité, singulière dans l’espace et dans le temps, est pourtant une réalité en réseau: ce point est homologue d’une infinité d’autres que lui répondent et qui sont lui-même sans pourtant anéantir l’eccéité de chaque nœud du réseau: lá, en cette structure réticulaire du réel, réside ce qu’on peut nommer mystère esthétique.» (Simondon, 1958: 275)
4 É curioso reparar como Benjamin, apesar da inspiração em Marx, faz um desvio em relação a um certo puritanismo marxista pelo facto de, ao propor a figura do coleccionador, admitir um regime de posse dos objectos e de comprometimento com eles.