Maíra Zenun é socióloga, multiartista e poeta brasileira. Nesta entrevista, fala sobre o Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (FESPACO) — um dos mais importantes eventos de cinema africano, fundado em 1969 no Burkina Faso — analisando-o como espaço simbólico e político de resistência e de construção de um cinema negro decolonial. Doutorada pela Universidade Federal de Goiás, Maíra desenvolveu a tese A Cidade e o Cinema [Negro]: o caso FESPACO (2019), na qual aprofunda estas reflexões.
A conversa aborda o papel da escrevivência enquanto metodologia de escrita e criação, as pedagogias contracoloniais, a representatividade negra e o modo como a arte pode operar como espaço de reparação histórica. A entrevista passa também pelo Mbongi 67, espaço cultural localizado em Monte Abraão, Queluz, que Maíra integra enquanto membro do coletivo, e que se afirma como um território de encontro e experimentação artística, dedicado a práticas decoloniais, comunitárias e colaborativas.
