Quem nunca utilizou uma cópia pirata que atire a primeira pedra. E afinal, qual a fronteira entre uso legal e pirataria? Qual o ponto de equilíbrio ideal no qual o preço do software é suficientemente lucrativo para o produtor e suficientemente acessível para o utilizador a ponto de os usos ilegais se tornarem residuais? A equação é extremamente complexa, porque os princípios não são assim tão simples: software caro leva a um aumento da procura de versões pirateadas; software barato ou open source fá-lo ser equiparado a um produto de pouca qualidade ou de uso difícil; a inclusão de mecanismos anti-cópia, como a recente estratégia de «activação de produto» promovida pela Microsoft, espicaça a actividade de hackers desejosos de mais um desafio; tolerar até certo ponto o uso «caseiro» de versões ilegais ajuda a fixar o uso das versões legais do mesmo programa no escritório, onde estão as maiores fontes de lucro para a indústria de software (e onde é possível exercer algum tipo de controlo). Perante este cenário, poder-se-á olhar para a chamada WarEz como uma forma de resistência? Terão hipóteses os movimentos de adeptos de retrogaming nas suas tentativas de liberalização dos copyrights? Ou estarão projectos como o MAME condenados ao fracasso por imposição legal?